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Venezuela taxa Brasil: entenda o impacto nas exportações 2025

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A imposição abrupta de taxas de importação pela Venezuela sobre produtos brasileiros mudou o jogo para quem atua na fronteira e na cadeia de exportação. O cenário exige leitura fria dos fatos: tarifas de até 77% atingem diretamente a competitividade do agro e da indústria nacional, colocando em xeque acordos históricos do Mercosul e abrindo uma nova frente de risco comercial para o Brasil. O empresário que ignora o impacto dessa medida está, na prática, assumindo perdas desnecessárias e cedendo espaço para concorrentes internacionais.

Análise do Cenário: O que está acontecendo entre Brasil e Venezuela?

A Venezuela iniciou a cobrança de taxas de importação que variam de 15% a 77% sobre produtos brasileiros, inclusive para itens que deveriam ser isentos por acordos bilaterais e pelo Mercosul[1][2][3]. O movimento foi feito sem aviso prévio, pegando de surpresa exportadores, especialmente do estado de Roraima, principal porta de entrada de mercadorias brasileiras no país vizinho. O sinal para o setor produtivo é claro: o ambiente de negócios na fronteira ficou mais volátil e menos previsível.

Segundo reportagem de O Tempo, a medida viola acordos como o ACE nº 69 de 2014 e as regras do Mercosul, levantando dúvidas sobre a segurança jurídica dos contratos internacionais com a Venezuela. Para quem opera no comércio exterior, isso se traduz em aumento imediato de custos, necessidade de renegociação de preços e revisão de estratégias logísticas.

Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças: O raio-x do impacto para o agro brasileiro

  • Forças: O agro brasileiro mantém alta produtividade, tecnologia embarcada e capacidade de adaptação rápida a cenários adversos. O mercado venezuelano, embora relevante para regiões de fronteira, representa uma fração do market share total do Brasil.
  • Fraquezas: Dependência de rotas logísticas concentradas e exposição de pequenos e médios exportadores a oscilações políticas e administrativas. A falta de previsibilidade nos acordos comerciais aumenta o custo de gestão de risco.
  • Oportunidades: O momento exige diversificação de mercados e fortalecimento da inteligência de mercado. Buscar novos destinos para produtos e investir em rastreabilidade e certificação pode abrir portas em outros países da América Latina e Caribe. A oportunidade aqui está em transformar adversidade em vantagem competitiva.
  • Ameaças: Persistência das tarifas pode gerar perda de competitividade, retração de exportações e impacto direto na renda de produtores da região Norte. Se o impasse se prolongar, há risco de retaliação e escalada de barreiras não-tarifárias.

Quem agir agora para mitigar riscos e reposicionar sua estratégia estará na frente. A inação aqui não é uma opção.

Causas e Motivações: Técnica, política ou retaliação?

O governo venezuelano não apresentou justificativa formal para a cobrança das taxas. Analistas apontam três vetores possíveis: problemas técnicos na aduana, com falhas no reconhecimento dos certificados de origem brasileiros; pressão econômica interna para proteger a indústria local; e motivações políticas, relacionadas à suspensão da Venezuela do Mercosul e a recentes tensões diplomáticas[1][2][3].

Para o empresário, o ponto central é que, independentemente da causa, o risco de instabilidade regulatória é real. Sua operação está preparada para reagir rapidamente a mudanças inesperadas no ambiente externo?

Segundo análise do Poder360, o Itamaraty e o MDIC já acionaram canais diplomáticos e estudam acionar mecanismos de resolução de controvérsias previstos em tratados internacionais. O desfecho ainda é incerto, mas a mensagem é clara: gestão de risco e monitoramento constante são mandatórios.

Consequências Práticas: O que muda para exportadores e para a cadeia de suprimentos

Na prática, a taxação eleva o custo do produto brasileiro na Venezuela, reduzindo margens e podendo inviabilizar negócios de curto prazo. Exportadores precisarão reavaliar contratos, revisar tabelas de preço e, em muitos casos, buscar alternativas logísticas ou novos mercados. O impacto é mais agudo para pequenas e médias empresas, com menor capacidade de absorver custos inesperados.

O setor deve intensificar o uso de inteligência de mercado para antecipar movimentos semelhantes em outros países e investir em compliance aduaneiro. A cadeia de suprimentos precisa ser redesenhada para garantir flexibilidade e resiliência.

Como destaca matéria do R7, a situação pode ser transitória, caso se confirme erro administrativo, mas o alerta está dado: depender de poucos mercados é um risco estratégico.

Visão de Futuro: Estratégia, inovação e a necessidade de diversificação

A crise com a Venezuela reforça uma lição central para o agro brasileiro: resiliência exige diversificação de mercados, gestão de risco robusta e monitoramento contínuo de cenários políticos e econômicos. A tecnologia embarcada e a rastreabilidade podem ser diferenciais para acessar novos mercados e fortalecer a vantagem competitiva.

O futuro do setor depende da capacidade de antecipar movimentos, investir em inteligência de mercado e construir relações comerciais sólidas com múltiplos destinos. Quem agir agora colherá os frutos; quem esperar, pagará o preço.

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