Os BRICS avançam em 2025 como um bloco estratégico que desafia o status quo da ordem global. O cenário atual é de tensão geopolítica, expansão de influência e busca por protagonismo econômico. Para o empresário do agro, entender os movimentos dos BRICS é antecipar tendências de mercado, riscos e oportunidades em escala mundial. O jogo mudou: quem ignora a dinâmica desse grupo está fora da mesa de decisões.
Análise do Cenário: BRICS em 2025 – Expansão, Tensão e Protagonismo
O bloco BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, entrou em 2025 com uma agenda agressiva de expansão e consolidação. A XVII Cúpula, realizada no Rio de Janeiro, reuniu líderes dos países-membros e convidados estratégicos, como o presidente de Cuba e o presidente do Uruguai, sinalizando a intenção de ampliar a influência do grupo no Sul Global[1][4].
O destaque ficou para a ausência de Xi Jinping e Vladimir Putin, este último ausente por questões de risco diplomático, o que evidencia as complexidades internas do bloco. Ainda assim, o evento reforçou o compromisso dos BRICS com o multilateralismo e a busca de alternativas ao sistema global liderado pelo Ocidente[4].
Na prática, isso se traduz em maior articulação política e comercial entre países emergentes, criando um novo eixo de poder que impacta diretamente cadeias globais de suprimentos e a competitividade dos mercados agrícolas e industriais.
Ameaças e Pressões Externas: O Peso dos EUA e a Guerra Comercial
O cenário externo é marcado por tensões crescentes. A ameaça de Donald Trump, em sua campanha presidencial, de impor um novo imposto de 10% sobre países que apoiem os BRICS, acendeu o sinal de alerta para o risco de uma escalada tarifária global[1][2][3].
Para o agronegócio brasileiro, o recado é direto: exportadores que dependem de mercados norte-americanos precisam reforçar sua gestão de risco e diversificar destinos. A inação aqui não é uma opção. O aumento do protecionismo pode afetar preços, margens e a própria viabilidade de alguns mercados.
Além disso, a possível desvalorização do dólar e a busca dos BRICS por alternativas cambiais podem mexer com custos de insumos e contratos internacionais. Sua operação está preparada para essa volatilidade?
Expansão do Bloco: Novos Membros e Oportunidades Estratégicas
O movimento de expansão dos BRICS ganhou força em 2025. Países como Turquia e Venezuela manifestaram interesse em integrar o grupo, enquanto o Uruguai foi convidado para a cúpula e buscou acordos bilaterais com Índia e países asiáticos[3].
Essa ampliação fortalece o poder de barganha do bloco e abre novas rotas comerciais para commodities, tecnologia embarcada e investimentos em infraestrutura. O empresário atento deve mapear essas novas conexões para ganhar market share e acessar mercados menos expostos ao risco geopolítico tradicional.
Quem agir agora colherá os frutos; quem esperar, pagará o preço.
Agenda Econômica: Moeda, Comércio e a Busca por Autonomia
Apesar dos rumores, o Banco Central do Brasil descartou a substituição do dólar como moeda de referência nos BRICS. No entanto, a proposta de Vladimir Putin para criar uma bolsa comum e proteger o comércio intra-bloco ganha força[1][3].
A oportunidade aqui está em antecipar movimentos: contratos em moedas alternativas, hedge cambial e acordos diretos podem se tornar diferenciais competitivos. O produtor que dominar essas ferramentas terá vantagem em um cenário de volatilidade e transição.
Além disso, a agenda de multilateralismo e sustentabilidade, defendida por Lula, pode abrir portas para produtos com certificação ambiental e tecnologia limpa. O agro brasileiro tem potencial para liderar essa transformação, desde que invista em inovação e rastreabilidade.
Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças: O que os BRICS Representam para o Agro Brasileiro
- Forças: O Brasil ganha protagonismo geopolítico, acesso privilegiado a mercados emergentes e potencial para atrair investimentos em infraestrutura e tecnologia.
- Fraquezas: A dependência de exportações para países do bloco pode expor o setor a riscos políticos e instabilidades internas.
- Oportunidades: Novos acordos comerciais, expansão de rotas logísticas e valorização de produtos sustentáveis são caminhos claros para alavancagem.
- Ameaças: A guerra comercial com os EUA, volatilidade cambial e possíveis sanções podem pressionar margens e exigir ajustes rápidos na gestão de risco.
O sinal para o produtor é claro: monitorar o cenário BRICS não é mais opcional. É questão de sobrevivência e vantagem competitiva.
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